EEFFTO - UFMG  


Alto Contraste

PT ENG ESP





Galo mais 'leve' para primeiro desafio do mata-mata das oitavas da Libertadores

26/06/2022

Doutor em Psicologia do Esporte explica como a sequência vitoriosa pode ser aliada do Atlético para partida contra o Emelec, nesta terça-feira (28), no jogo de ida da decisão

As nuvens carregadas que pairavam sobre a Cidade do Galo se dissiparam, pelo menos momentaneamente, mandando para longe a tempestade que ameaçava assolar o CT alvinegro. O Atlético vinha de quatro jogos sem vencer. Bastaram, contudo, dois triunfos seguidos sobre o Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro (2 a 0) e pelas oitavas de final da Copa do Brasil (2 a 1), para o bom tempo voltar a predominar pelas bandas de Vespasiano. O pacote foi fechado com o 3 a 2, de virada, diante do Fortaleza, pela Série A.

“Foram resultados muito importantes (contra o Flamengo) para que equipe recuperasse a confiança, a energia positiva e isso precisa ser um ponto de partida para as grandes competições que teremos daqui para frente”, reconhece o técnico Antonio Turco Mohamed. “Tivemos uma grande virada e isso vai nos ajudar no psicológico”, acrescentou, após garantir os três pontos sobre o Fortaleza, aos 51 minutos do segundo tempo.

A reviravolta responsável por amenizar o clima no Atlético se dá em momento oportuno. Nesta terça-feira (28), o Galo encara o Emelec, às 19h15, no estádio George Capwell, em Guyaquil. O confronto no Equador será o primeiro do mata-mata das oitavas de final da Libertadores. O pontapé inicial de mais uma decisão.

Sob o prisma da Psicologia do Esporte, os recentes triunfos habilitam o alvinegro a chegar mais confiante ao duelo contra o time equatoriano.

“Cientificamente, as vitórias em sequência aumentam a autoconfiança, a autoestima, a autoeficácia. Ao mesmo tempo em que os bons resultados fazem crescer essas capacidades psicológicas, há a diminuição dos níveis de estresse e de ansiedade, do medo de errar. O atleta fica mais leve (sentimento de 'flow felling') e confiante em campo para jogar, mais solto. Ele passa a desempenhar um melhor futebol e coloca todo o seu lado criativo para fora em prol da equipe”, explica Varley Costa, professor da UFMG, Doutor em Psicologia do Esporte Aplicada ao Futebol.

Varley sustenta que os bons resultados melhoram o clima interno do clube, bem como as relações entre os atletas, membros da comissão técnica e da diretoria de modo geral. “O ambiente de trabalho no clube é distensionado, e a confiança entre as pessoas aumenta”, analisa.

Fora de campo, o professor aponta que o ambiente também se torna mais ameno, neste caso, em relação às arquibancadas. “A torcida começa a pegar menos no pé de determinados jogadores e normalmente volta a viver lua de mel com o clube. Há um clima de paz, e os torcedores tendem a apoiar mais a equipe e OS atletas que, teoricamente, não estavam performando”, reforça.

“Isso também acontece em relação a alguns setores da imprensa, que, muitas das vezes, criticavam com e sem razão a performance da equipe e de alguns jogadores. Este clima positivo acaba por contagiar a equipe na busca da classificação nas oitavas de final da Libertadores. No futebol, quando todos 'jogam juntos', o caminho se torna um pouco menos árduo”, acrescenta Varley.

Veja mais: https://www.otempo.com.br/superfc/atletico/galo-mais-leve-para-primeiro-desafio-do-mata-mata-das-oitavas-da-libertadores-1.2689628